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Propaganda

Está na moda ser contra a propaganda. “Se você não está pagando você é o produto”, dizem os ativistas contrários aos sites que funcionam de graça, mas que ou te mostram propagandas ou vendem os seus dados para empresas terceirizadas que então te mostrarão propagandas. E aí advogam que todos devem usar bloqueadores de propagandas e procurar alternativas pagas aos mesmos serviços que funcionam de graça, porque os de graça, por sua participação nas redes de propaganda, acabam saindo mais caros para o usuário.

É claro que o Facebook e várias outras dessas grandes empresas da internet e “redes sociais” são horríveis, mas o pior de seus males é a propaganda que eles mostram. Os ativistas anti-propaganda se esquecem do maior bem que a propaganda – e principalmente a propaganda direcionada e fracionada, estilo Google – nos proporciona: a possibilidade de conhecer empresas novas com serviços que potencialmente nos interessam.

Se nos tempos da televisão a propaganda era uma coisa que só empresas já enormes conseguiam colocar no ar, hoje empresas minúsculas conseguem, e com essas propagandas conseguem atingir clientes que jamais sonhariam em conhecê-las. E empresas médias ou que estão tentando crescer conseguem atingir clientes que de outro modo acabariam comprando ou contratando as atuais líderes de mercado.

Se o primeiro caso é mais importante para mais pessoas e para a idéia mesma da liberdade de empresa e à cultura da microempresa individual, o segundo ponto soará melhor aos sociólogos e economistas normais: sem a possibilidade da propaganda, a tendência à manutenção do status quo é maior, sem a propaganda, é maior a probabilidade de um fulano qualquer escolher o seu fornecedor de bens e serviços pelo nome e pela fama, ou seja, as empresas que já são grandes e famosas têm uma probabilidade maior de continuarem grandes e famosas, mesmo que as menores que estão chegando agora ofereçam bens e serviços melhores e por menores preços – ou mesmo bens e serviços ligeiramente diferentes, mais adeqüados à necessidade de fulano.

Essa conclusão é inegável, embora eu não possa dizer qual seja a magnitude do impacto que a propaganda tem.


Para vivermos num mundo sem propaganda e sem uma enorme tendência ao status quo, me parece que são necessários os seguintes desenvolvimentos (não precisa ser todos ao mesmo tempo, qualquer um deles pode funcionar separadamente):

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