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Que vença o melhor

Nos esportes e jogos em geral, existe uma constante preocupação em balancear os incentivos e atributos do jogo, as regras do esporte em si e as regras das competições para que o melhor vença, ou, em outras palavras, para que sejam minimizados os outros fatores exceto a habilidade mais pura quanto possível no jogo em questão.

O mundo fora dos jogos, porém, nem sempre pode ter suas regras mudadas por um ente que as controla e está imbuído da vontade e dos meios para escolher as melhores regras possíveis para a obtenção dos resultados acima. Aliás, é muitas vezes essa possibilidade é até impensável. Mesmo quando ela é pensável e levada em conta os fatores que operam no mundo real não são facilmente identificáveis, eles são muitos, e mudam o tempo todo.

Mais do que isso, ao contrário de um jogo em que o objetivo é praticamente o mesmo para todo mundo, os objetivos de cada agente no mundo real são diferentes e incontáveis, e as “competições” que cada um está disputando são diferentes e muitas, cada minúsculo ato de suas vidas compreendendo várias delas simultaneamente.

Da mesma forma, é impossível conceber até mesmo o conceito de “melhor” para que se deseje que ele vença.

Mesmo assim é comum encontrarmos em várias situações gente que parte do princípio de que se Fulano está num certo lugar (por exemplo, um emprego muito bom) e Beltrano não isso se deve ao fato de Fulano ter sido melhor que Beltrano.

Está aí uma crítica à idéia da meritocracia (eu tinha me esquecido que essa palavra existia).

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