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Timeu

Os quatro elementos, a esfera como a forma mais perfeita, os cinco sentidos, a dor como perturbação e o prazer como retorno, o demiurgo que cria da melhor maneira possível com a matéria que tem, o conceito de duro e mole, todas essas coisas que ensinam nas escolas e nos desenhos animados ou sei lá como entram na nossa consciência como se fossem uma verdade, mas sempre uma verdade provisória, infantil – como os nomes infantis dos dedos (mata-piolho, fura-bolo etc.) –, que mesmo as crianças sabem que não é verdade mesmo.

Parece que todas essas coisas estão nesse livro. Talvez até mesmo a classificação dos cinco dedos como mata-piolho e tal, mas talvez eu tenha dormido nessa parte.

Me pergunto se essas coisas não eram ensinadas tradicionalmente na idade média como sendo verdade absoluta (pois afinal estava lá o Platão dizendo, em sua única obra) e persistiram até hoje numa tradição que se mantém aos trancos e barrancos, contra tudo e contra todos, sem ninguém saber como, um conhecimento em que ninguém acredita mas acha bonito mesmo assim, harmonioso, e vem despida de suas origens e fontes primárias e de todo o seu contexto perturbar o entendimento do mundo pelas crianças.

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