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Veterano não é dono de bixete

“VETERANO NÃO É DONO DE BIXETE”. A frase em letras garrafais chama a atenção dos transeuntes neófitos. Paira sobre um cartaz amarelo que lista várias reclamações contra os “trotes machistas”, que, na opinião do responsável pelo cartaz, “não é brincadeira, é opressão”.

Eis aí um bizarro exemplo de como são as coisas: primeiro todos os universitários aprovam a idéia do trote, apoiam sua realização e até mesmo desejam sofrer o trote – com a condição de o poderem aplicar eles mesmos depois –, louvam as maravilhas do mundo universitário, onde a suprema sabedoria se esconde atrás de rituais iniciáticos fora do alcance da imaginação do homem comum e rude, do pobre e do filhinho-de-papai das faculdades privadas; em suma: fomentam os mais baixos, os mais animalescos instintos, a crueldade primordial, destroem em si mesmos e nos colegas quaisquer valores civilizatórios que tivessem sobrado ali, ficando todos indistingüíveis de macacos agressivos e tarados.

Depois vêm aí com um cartaz protestar contra os assédios – que sem dúvida acontecem em larguíssima escala – sofridos pelas calouras de 17 anos e que, sendo também novatas no mundo universitário, ainda conservam um pouco de discernimento e pudor.

A incompreensão do fenômeno, porém, é tão grande, que os trotes não são identificados como um problema mental, uma doença que deve ser tratada e eliminada, mas como um sintoma da opressão machista dos homens às mulheres, um produto desta civilização paternalista que, desde que Deus é chamado “o Pai” e não “a Mãe”, corrompe a benéfica, pura e angélica natureza do homem primitivo e o torna esta tão torpe criatura.

Na opinião dos autores desse cartaz é preciso, pois, continuar a destruir o que resta da cultura ocidental, e então esperar que haja trotes menos opressores.

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